Birdwatching na floresta amazônica

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O hotel Mirante do Gavião Amazon Lodge, localizado às margens do Rio Negro e em frente ao Parque Nacional de Anavilhanas, inclui a partir deste ano um programa de birdwatching entre suas atividades de imersão na floresta amazônica. Entre as vivências mais marcantes, como trilhas, focagem de animais, e passeios de canoa pelos igapós na época das cheias, a observação de pássaros chega como a experiência que faltava àqueles que têm o fascínio pelas espécies tão únicas que o bioma amazônico resguarda. 

Com o acompanhamento de profissional ornitólogo – especialista no estudo, na evolução e preservação de aves – o hotel propõe roteiros de três a sete dias com o propósito exclusivo de avistar espécies pelos principais habitats da região: as florestas de terra firme, florestas insulares e de vale, além das campinas. 

Anavilhanas. Sitah


De acordo com o Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos, CBRO, há no Brasil mais de 1900 espécies catalogadas e estima-se que mais de mil delas sejam encontradas na Amazônia. Na região de Anavilhanas o número pode chegar até mais de 350, como o célebre rabo-de-arame (Pipra filicauda) que pode ser encontrado o ano inteiro — de dentro do barco durante as cheias e nas trilhas pela selva na época da vazante e seca.

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Observação de aves – birdwatching – deve ser feita nas primeiras horas da manhã

O birdwatching deve ser feito nas primeiras horas da manhã, antes mesmo do sol nascer.  Em se tratando de aves noturnas, é necessário sair ainda mais cedo para encontrar espécies raras, como urutau-de-asa-branca (Nyctibius leucopterus), urutau-ferrugem (Phyllaemulor bracteatus) e a coruja-de-crista (Lophostrix cristata), pelas trilhas em terra firme do Parque Nacional do Jaú, no ponto de observação da Campina do Nazaré.  

No passeio até Grutas do Madadá, o trajeto percorre um igapó (floresta sazonalmente inundada) onde é possível se deparar com choca-canelas (Thamnophilus amazonicus), chororó-pocuás (Cercomacra cinerascens) e maria-sebinhas (Hemitriccus minor); e em terra firme, que reúne uma maior diversidade de aves, incluindo o uirapuru-do-imeri (Cyphorhinus transfluvialis), anacã (Deroptyus accipitrinus) e gaturamo-do-norte (Euphonia rufiventris). Entre os pássaros noturnos encontrados no local estão a corujinha-do-mato (Megascops choliba), o murucututu (Pulsatrix perspicillata) e o urutau (Nyctibius griseus). 

Além dos roteiros pela selva, os hóspedes podem fazer a observação no interior da propriedade com lunetas disponibilizadas nas duas torres suspensas do Mirante do Gavião. Antes do nascer do sol, de cima do píer, é possível ver espécies aquáticas como trinta-réis (Phaetusa simplex) e águia-pescadora (Pandion halieatus). O mirante das suítes é ideal para visualizar exemplares de saíra-de-bando (Tangara mexicana), ferreirinho-estriado (Todirostrum maculatum), gaturamo-do-norte (Euphonia rufiventris) e muitas outras. Um guia impresso, que pode ser retirado na recepção, ajuda a identificar as principais aves encontradas no entorno do hotel.  


Com o advento da democratização de equipamentos e acessórios para a prática, entre binóculos e câmeras, o birdwatching cresceu no Brasil. Outro impulso foi o surgimento de plataformas como a Wiki Aves, que já catalogou cerca de 2 mil pássaros no país, a fim de trocar informações e também somar esforços para preservação destas espécies. Afinal, só se preserva o que se conhece, daí a importância desta atividade se consolidar cada vez mais na Amazônia.

“Para a observação de aves continuar, devemos preservar os biomas brasileiros e para isso precisamos do envolvimento das comunidades locais nessa causa. O Brasil só tem a ganhar com essa modalidade de turismo sustentável”, explica o ornitólogo Arthur Monteiro Gomes. 

Veja mais informações sobre a prática de observação de aves.

O Mirante do Gavião Amazon Lodge

Crédito: Sitah

Sobre o Mirante do Gavião Amazon Lodge: aberto em Agosto de 2014, abriga treze espaçosos bangalôs erguidos em madeira de lei que remetem a forma de barcos invertidos, e design interior que incorpora materiais da floresta. Espalhadas na parte alta do terreno de 30 mil metros quadrados de área, as suítes são conectadas por passarelas até a parte baixa onde fica a moderna piscina e a enorme cobertura do Restaurante Camu-camu, com menu à la carte que destaca os ingredientes amazônicos e seus peixes raros, em criações originais assinadas pela chef Debora Shornik.

Desde o início de suas operações, o hotel tem incluído a participação das comunidades locais nas atividades de ecoturismo, de maneira a agregar valor e autenticidade às vivências na floresta. E no objetivo de trazer protagonismo a seus representantes, guias locais compartilham seus saberes sobre a abundância da fauna e flora nas incursões pela selva, assim como nas trilhas aquáticas, nas quais os canoeiros conduzem os visitantes pelos igarapés e matas de igapó, na observação da biodiversidade amazônica.

Foto principal: Rabo-de-arame. Divulgação

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