João Carlos Martins completa 80 anos

Considerado um dos maiores intérpretes de Bach do século XX pela crítica internacional, João Carlos Martins completa 80 anos.

A data será comemorada em uma live no Facebook e YouTube, no dia do aniversário, 25 de junho que, por ora, substitui o concerto no Carnegie Hall, em Nova York, palco que o recebeu em sua estreia, aos 21 anos, e precisou ser adiada.

O (novamente) pianista e maestro presenteia seu público, de todas as partes do mundo, com um concerto que passeia por Johann Sebastian Bach, Ludwig van Beethoven, Wolfgang Amadeus Mozart, Pietro Mascagni, Michel Legrand, Nino Rota, Villa Lobos e Tom Jobim, ao lado de músicos de sua Bachiana Filarmônica Sesi-SP e os solistas Davi Campolongo (piano), Anna Beatriz Gomes (soprano) e Jean William (tenor), além da participação, em homenagens, de Ana Maria Braga, Serginho Groisman, Chitãozinho & Xororó, Walter Casagrande Jr., Alexandre Nero (que interpretou Martins na cinebiografia João, o Maestro), Tom Cavalcanti, Marluce Dias da Silva e seu médico Raul Cutait.

acervo pessoal

Nascido em São Paulo, em 25 de junho de 1940, Martins iniciou os estudos de piano aos oito anos com o professor José Kliass. Aos 13 iniciou a carreira no Brasil e aos dezoito no exterior.

A vida e carreira foram registradas por cineastas europeus por duas vezes – Martin’s Passion, o primeiro, dirigido por Irene Langman, que alcançou um público de mais de um milhão e meio de pessoas na Europa e foi vencedor de vários festivais internacionais, e Rêverie, dos cineastas belgas Johan Kenivé e Tim Herman –, além da cinebiografia João, o Maestro, do diretor Mauro Lima, e da peça teatral Concerto para João. 

São 22 álbuns, com a obra completa de J.S.Bach para teclado, inúmeros prêmios, milhares de concertos e recitais e milhões de espectadores, 24 cirurgias e por alguns anos afastado dos palcos, quando. Ele é membro titular da Academia Paulista de Letras, desde 2018.

Com determinação e capacidade de recuperação, após tocar piano com a ajuda de aparelhos que muitas vezes faziam o sangue marcar as teclas, concertos apenas com a mão esquerda, até perder o movimento das mãos, Martins abandonou o piano, mas não a música.

Iniciou estudos da regência e estreou, em 2004, como regente convidado em concertos em Londres, Paris e Bruxelas, imprimindo em suas interpretações a mesma dinâmica que fazia quando pianista.

Em 2005 fundou a Bachiana Orquestra de Câmara e desenvolveu um trabalho com adolescentes através da sua Bachiana Jovem. No ano seguinte, criou a Fundação Bachiana, que tem por tema a arte e sustentabilidade e, em 2010, unificou as orquestras formando o que hoje é a Bachiana Filarmônica SESI-SP.

Nas temporadas oficiais da Bachiana Filarmônica SESI-SP, desenvolveu inúmeras ações de valorização e democratização da música de concerto, como em 2013, quando apresentou obras inéditas de jovens compositores brasileiros e lançou o que chama de “diamantes”, os jovens violinistas de incrível talento Lucas Farias e Guido Sant’Anna, à época com 12 e 9 anos respectivamente, entre outros. Em suas temporadas, a Bachiana também contou com solistas convidados de renome internacional, como Pinchas Zukerman, Robert Levin, Amanda Forsyth e William Bennett.

foto Ale Catan

Em agosto de 2017 deu início ao seu mais ambicioso projeto musical: Orquestrando o Brasil, que hoje tem cerca de 600 orquestras espalhadas em pequenas cidades do Brasil, circundando-o na forma de coração – um sonho de Heitor Villa Lobos que está sendo realizado por Martins.

Em 2019 lançou João de A a Z, que durante várias semanas ocupou a lista dos 10 livros mais vendidos no Brasil. No Natal deste mesmo ano foi presenteado com luvas extensoras desenvolvidas pelo designer de produtos Ubiratan Bizarro, que se mostraram capazes de trazer de volta os movimentos de suas mãos, o que deu início ao seu mais novo desafio: voltar a tocar piano com todos os seus dez dedos.

JOÃO CARLOS MARTINS – 80 ANOS

Live nos canais no Facebook e YouTube

25 de junho de 2020, quinta-feira, às 20h

Com a Bachiana Filarmônica SESI-SP

Solistas: Davi Campolongo (piano), Anna Beatriz Gomes (soprano) e Jean William (tenor)

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